A
sociedade moderna tem se afastado cada vez mais da religião, fazendo
com que o tema ganhe menos espaço nas famílias que hoje ou não seguem
nenhuma fé ou mesclam várias teorias dentro de uma mesma casa. O
distanciamento e o sincretismo estão refletindo entre as crianças que
cada vez mais estão distantes da fé.
O que muitos pais se esquecem é que a religião ajuda as crianças e
assimilarem questionamentos importantes para vida. E não é só isso,
segundo filósofos e professores de teologia, o ensino religioso faz com
que a crianças tenham mais autoestima e esperança.
De acordo com dados de uma reportagem da revista Cláudia (edição nº11
ano 50) os hábitos religiosos que eram passados de pais para filhos não
são mais levados a diante já que ter uma religião não tem o mesmo
significado de respeito como acontecia a anos atrás.
O teólogo e coordenador da Escola Superior de Teologia da
Universidade Mackenzie, em São Paulo, Rodrigo F. de Sousa, diz que hoje
não existe a expectativa de ter uma religião para ser respeitado pela
sociedade, fato esse “que liberta as pessoas para buscar uma filiação
por interesse e convicção, e não simplesmente por convenção social”.
Mas por outro lado essa liberdade tem deixado de lado um importante
ensinamento deixado por Salomão no livro de Provérbios que diz: “Ensina a
criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se
desviará dele” (Prov. 22:06).
Pesquisas mundiais mostram que cada vez mais os jovens entendem que
podem crescer espiritualmente sem ter religião, fato demonstrado por um
estudo feito nos Estados Unidos que entrevistou 3.290 jovens, de 13 a 17
anos. Destes, 75% dizem que não precisam ter religião para crescerem
espiritualmente.
No Brasil não há pesquisas relacionadas a isso, mas o filósofo e
professor titular do departamento de Teologia e Ciências da Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo, o doutor Mario Sergio Cortella,
exemplifica como esse problema acontece em nosso país: “O pai é ateu, a
mãe é espírita, os avós são evangélicos e os netos serão o que
quiserem”.
Cortella diz para a reportagem de Cláudia que é indispensável criar
os filhos com noções de espiritualidade. “É importante, sim. Ela nos dá a
sensação de pertencermos a algo maior, ao magnífico mistério da
humanidade que não se restringe à matéria, ao concreto”, diz.
O filósofo também fala dos benefícios desse ensinamento. “Isso traz
autoestima para a criança, faz com que se sinta elevada, incentivando-a a
reverenciar a vida – a dela e a dos outros -, os valores humanos e a
beleza da natureza. Também traz noções de esperança, que combatem o
desespero”.
Dora Incontri, pós-doutora em educação pela Universidade de São Paulo
e organizadora do livro Educação e Espiritualidade – Interfaces e
Perspectivas (Ed. Comenius) também opinou sobre o tema dizendo que a
religião “confere sentido à existência, auxilia no equilíbrio interno e
traz apoio diante do sofrimento e da morte”.
Fonte: Gospelprime
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