Uma
pesquisa realizada pela CNI/Ibope e publicada pela Revista IstoÉ aponta
que 46% da população brasileira é favorável à pena de morte. A pesquisa
“Retratos da sociedade brasileira: segurança pública”, que foi
divulgada em 19/10, mostrou que 31% defendem totalmente a pena de morte e
15% apenas em alguns casos. A prisão perpétua é uma ideia com mais
aceitação que a pena de morte: 69% dos entrevistados são favoráveis.
Repercutindo a divulgação dos dados, o Pastor Marcello Oliveira
publicou em seu blog um artigo em que ele relaciona passagens bíblicas
que falam da pena de morte. Entre esses textos mencionados pelo Pastor
Oliveira, estão Números 35:33 (“Nenhuma expiação se fará pela terra por
causa do sangue que nela se derramar, senão com o sangue daquele que o
derramou”) e Genêsis 9:6 (“Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o
seu sangue será derramado; porque Deus fez o homem conforme a sua
imagem”).
O Portal Padom divulgou também a posição do Pastor Zwinglio
Rodrigues, da Igreja Batista Vida, que é favorável à pena de morte, e
defende sua posição afirmando que “do ponto de vista bíblico a pena de
morte é legítima (Gn 9:5 e Rm 13:1-5). Existem cristãos que opõem-se à
essa afirmação, mas isso se deve, a meu ver, mais a um ‘problema
emocional’ do que a um sólido argumento bíblico”.
Rodrigues ressalta porém, que, a questão não deve ser observada
apenas pelo lado bíblico, mas também pelo lado social. Segundo ele, a
sociedade brasileira não está pronta para lidar com essas questões.
“Agora, uma coisa precisa ser dita quanto a um possível estabelecimento
da pena de morte no Brasil: nosso país é famoso por ter muitas leis que
não são observadas e, quando acontece de uma delas ser aplicada, nunca é
para punir os poderosos, bandidos de “colarinho branco” e sim os menos
favorecidos.”
Zwinglio ressalta que antes de a sociedade brasileira discutir a pena
de morte, é preciso estabelecer padrões mais confiáveis para a Justiça e
o Estado. ”O Brasil não é um país sério e maduro para ter em seu rol de
leis a pena de morte. Antes de darmos um passo como esse, precisamos de
Instituições (refiro-me aos Poderes Executivo, Legislativo e
Judiciário) fortes e profundamente comprometidas com a justiça, coisas
que ainda estão muito distantes de tais Instituições”, avalia o Pastor
Rodrigues.
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